O período gestacional é uma fase da vida da mulher repleta de emoções, sentimentos e alterações hormonais, psicológicas e físicas fundamentais para que o bebê se desenvolva adequadamente. A cada semana a gestante passa por novas experiências e sensações que muitas vezes podem ser desconfortáveis.
A pelve, popularmente conhecida como bacia, é uma região que frequentemente as gestantes apresentam queixas com a evolução da gravidez. A dor na região pélvica inclui a parte posterior (lombo-pélvica) podendo irradiar para os membros inferiores e a dor na sínfise púbica, que é a região aonde os dois ossos do quadril encontram-se na parte anterior da pelve.
Estudos recentes demonstraram que a dor na cintura pélvica acomete de 4 a 76% das gestantes segundo a população estudada. A dor inicia-se durante a gravidez e geralmente desaparece após o nascimento do bebê, porém, em 10 a 30% dos casos torna-se crônica, persistindo por mais de 03 meses pós-parto. Mulheres que tiveram a dor pélvica na gravidez tendem a apresentar recaídas nas gestações subsequentes em 85 a 95% dos casos.
Na gestação a dor pélvica é causada por diferentes fatores relacionados às mudanças que naturalmente ocorrem, como mudanças na postura e centro de gravidade, alterações hormonais, aumento da mobilidade da pelve e fraqueza muscular devido ao crescimento do útero, necessários para proporcionar um meio adequado para a formação do bebê e do parto. Podendo ser, ainda, um problema secundário decorrente do ganho de peso.
Geralmente a dor é classificada de média a alta intensidade e pode acarretar diversas limitações e incapacidades físicas, além de gerar problemas emocionais e sociais. A dor pode interferir na realização de atividades simples da vida diária e tarefas ocupacionais, como levantar de uma posição sentada, se virar na cama dificultando o sono, se sentar por tempo prolongado, fazer longas ou até curtas caminhadas, subir escadas, se vestir, se despir, carregar pequenos pesos e em 82% dos casos pode interferir na atividade sexual.
O tratamento fisioterapêutico é essencial e consiste em medidas preventivas e de tratamento que devem ser tomadas o mais precocemente possível. Consistem em orientações posturais e adaptações do ambiente de trabalho e um programa de exercícios especializado e individualizado de mobilidade pélvica, alongamento, fortalecimento e relaxamento de musculaturas específicas.
Algumas orientações podem te ajudar a ameninar a dor:
Faça repouso sempre que possível
Utilize almofadas entre os joelhos e embaixo do abdome quando deitada de lado
Evite esforços com desequilíbrio pélvico (ou seja, movimentos que sejam necessários apoio em uma perna só)
Aplique uma bolsa de água quente ou gelo por 15 minutos sobre a região de dor
Controle o ganho de peso
Faça o uso de cinta abdominal para gestante, ela ajuda a dar maior estabilidade e apoio ao abdome
Utilize sapatos adequados
Evite ficar muito tempo em pé, cruzar as pernas e carregar peso
Faça atividade física leve, orientada por um fisioterapeuta ou educador físico, para evitar o sedentarismo
Alongamentos e exercícios para região pélvica e abdominal são essenciais e,
Faça massagens na região da dor.
Caso a dor não melhore, converse com o seu médico obstetra e procure um fisioterapeuta especialista
Dra Vanessa Campanholi Fisioterapeuta especialista em saúde da mulher.
